quarta-feira, 9 de março de 2011

AINDA NOS PAÍSES BAIXOS E RETORNO NO TGV

Imagem de N. Sra.
Antuérpia tem uma história interessante. Era um dos principais portos da Europa e ainda é até hoje, e existiam ali grandes e poderosos comerciantes que faziam a distribuição de toda sorte de especiarias que vinham das mais distantes colônias para toda a europa do norte e central. Com a vinda dos judeus para a cidade, a partir de políticas antisemitas que já existiam desde sempre, o trabalho com pedras preciosas passou a ser parte muito importante da economia, e até hoje Antuérpia é um local de comércio bastante forte neste setor, sendo responsável pela venda de 80% dos diamantes brutos comercializados no mundo. Mas o que achei de mais interessante aqui foi que no final do século XVI os espanhóis invadiram a cidade e forçaram o povo, majoritariamente protestante e calvinista a tornar-se católico. Assim, os reis de Espanha espalharam pela cidade diversos monumentos católicos e além disto, promoveram a implantação de uma culto à Nossa Senhora, pois para toda casa que permitisse que uma santa fosse esculpida à porta, aquela casa não teria que pagar pela iluminação. Então existem maravilhosas peças e a cidade é um lindo cartão postal medieval. Hoje ainda se mantém estes monumentos, mas o povo, predominantemente, hoje, não segue nenhuma religião.

Pesinha, a católica


TGV - THALYS
Pegamos um TGV de volta de Antuérpia, passando por Bruxelas para chegarmos em Paris. Muito legal o TGV. Há muitos anos que viajei num destes pela primeira vez, há mais de 20 anos, quando morei em Tolouse, e vinha para Paris, mas nunca deixo de ficar encantado com o conforto e com a rapidez que proporcionam. Enquanto isto, ainda discutimos se um trem rápido seria útil para fazer a viagem de RJ a SP e eu fico ainda espantado como podemos ser tão lenientes no Brasil, e claro, que também localmente, por passar tanto tempo para podermos terminar um bendito de um metrô em Fortaleza. Francamente.

Estação Central - Antuérpia



Aliás, a estação ferroviária de Antuérpia é linda. Como ela talvez somente a de Geneve. É uma fantástica obra arquitetônica, em ouro, aço, vidro e mármore, grande parte devido à exploração das colônias, como da Indonésia.

Amanhã tem mais. Nosso amigo Betão fez uma reserva para jantarmos no restaurante da torre Eiffel amanhã. Sexta-feira estaremos de volta à terra.

terça-feira, 8 de março de 2011

AGORA QUE PASSOU A MEIA MARATONA - QUE TAL UMA FOLGA?

"O turista acidental" é sem dúvida um título mais que apropriado para mim. É um filme antigo, com William Hurt. Não pelo tom sombrio do filme, mas porque realmente tenho pouco saco para sair por aí com uma máquina fotográfica a tirar foto de tudo quanto é de estátua, prédio, chafariz, pombo, etc. Minha adorada esposa é realmente uma santa por me aceitar do jeito que sou sem reclamar muito. É que sou rabugento para este negócio de ficar pra cima e pra baixo, e a bater foto, e a fazer pose para foto, e a incomodar os outros para fazer uma foto sua. É uma calamidade. Às vezes, faço, mas detesto. Ela compra aquilo que preciso: um imã para a geladeira para lembrar de cada cidade que vamos, a tais "lembracinhas" para a família, e de vez e quando ela compra algo para mim, apesar de eu reclamar que de nada preciso, mas ela termina sempre acertando. E ela faz milagre com o orçamento que tem. Ela sabe que gosto de ficar quieto, adoro um bistrot ou um café, de preferência daqueles que ficamos sentados na calçada, lendo um jornal, um livro, ou simplesmente aproveitando o calor do sol de final de inverno, tomando um café, um chocolate, ou o que seja, enfim...
25 de março de Paris

Mas, toda cidade que se preza tem uma 25 de março e em Paris esta fica em Pigale, ali pela região do Sacre Coeur. Tem tudo para sua sacola. Pingente, chaveiro, roupa, lembrancinha, tudo muito mais barato que nos pontos turisticos mais sofisticados. A mairoiria dos comerciantes da região é constituída por árabes, ou indianos ou paquistaneses.

Ontem, em Paris, vi uma cena que nunca havia visto antes. Um daqueles músicos que entram no metrô e tocam alguma coisa, e depois recolhem umas moedas, foi interceptado pela fiscalização da linha. Recebeu uma multa de 50 Eur. Era um romeno, vi pelo cartão de identidade que ele apresentou. Há um problema na Europa de emprego, existe uma tensão social sobretudo por conta da zona do Euro trazer muitos imigrantes do leste europeu para as grandes cidades. Não sei se não querem trabalhar, ou se simplesmente não têm o que fazer.

Bicicleta para todo lado
 Sobre o custo de turismo, Paris é de fato uma cidade muito cara, tanto quanto Londres. Gosto muito da Bélgica e da Holanda. Não é só questão de valor. Acho o povo dos países baixos mais educado e elegante, apesar de paris ser a cidade da moda. Por falar em valores, ontem, em Paris o valor onde gastamos menos foi 35 Eur por pessoa numa refeição. Hoje, aqui em Brugges, comemos melhor que em Paris (sic), e pela metade do preço que pagamos no local mais barato de Paris, sem falar dos hotéis, que custam bem menos. Ok, você que me lê e é pessoa abastada, ganha dinheiro à rodo e gasta muito em relação ao peão aqui, por favor, não me leve a mal. Não há nada de mal em desfrutar um momento de férias, comer uma boa refeição, tomar um bom vinho, fumar um cubano, tomar uma grapa, claro, tudo isto vale a pena e tem que ser aproveitado e também faço isto, sobretudo quando o Aécio paga por mim (o que ele nunca fez). Temos uma memória gustativa e olfativa muito mais sensível que imaginamos. Mas, de compras mesmo, em viagem, somente gosto de comprar algo de tecnologia, que seja realmente mais caro no Brasil e algo que eu realmente use e precise, não simplesmente porque é mais barato que no Brasil. Sou de comprar poucas coisas, pois preciso de pouco. Dou o que tenho de sobra, e assim nunca tenho muitas coisas sobrando e gosto de coisas simples. Distingo facilmente preço de valor: um bom lugar na ópera de Paris custa pelo menos 120 Euros, para você assistir algo que faz bem à alma, que é menos do que custava o show daquela maluca de voz alucinante chamada Amy Winehouse, que cospe arrogância e desgosto pela vida por onde vai.

Viemos a Brugges e amanhã preciso ir a Antuérpia ver algo relacionado aos negócios. De lá retornaremos a Paris. Em Brugges tem um museu do Chocalate. Dizem que o chocolate daqui é muito bom. (não achei muita diferença do chocolate de Gramado). Fui lá com a P, que é chocólatra. Como diz um amigo meu, aquilo é o maior H. (Agá de estória, de invencionice, kkk). O camarada te cobra 6 Eur para você dar uma volta numa casa para ver uns playmobil montados e umas fotos, uns bonequinhos de barro (que ele dizem ser azteca), e um pouco de história daqueles povos que usavam o cacao, misturada com uma receita barata sobre como fazer chocolate. Aí é que eu digo. Nós temos um patrimônio histórico fantástico e não sabemos cobrar para mostrar. Lembro daquelas igrejas maravilhosas do Pelourinho, em ouro, todas mal conservadas (pelo menos da última vez que fui ali estavam que era uma miséria). E outras cidades e locais como o centro histórico de S. Luiz, Ouro Preto, etc?

A cerveja belga é muito gostosa.  A Leffe Blonde eu recomendo, apesar do conhecedor de cerveja ser o Aécio. Pelo menos ele comprou uma geladeira só pra poder gelar cerveja. É aquela coisa: o hábito faz o monge. Aécio, não se preocupe, estou levando um imã de geladeira para você que tem um copo de cerveja belga como motivo.



cerveja e chocolate: especialidades belgas
 Aqui em Brugges existem 20 museus declarados no guia da cidade, entre eles, além deste do chocolate, tem o museu da batata frita, do diamante, etc. Vamos combinar: a cidade é muito bonita, suas primeiras fundações datam de do ano 1100dc, e não estou aqui menosprezando nada. Apenas acho que temos coisas de mais para mostrar e profissionalismo de menos no turismo. Se o cara consegue vender museu da batata frita, acho que no Brasil teriamos uns 50.000 museus para vender, fácil.

Mas com a copa do mundo e com os jogos olímpicos, espero que possamos trabalhar melhor esta questão do turismo.

domingo, 6 de março de 2011

FOI HOJE A MEIA MARATONA DE PARIS


Sempre é ótima a atmosfera do início das provas


Sempre penso que a melhor forma de se fazer algo, depois de estabelecido o objetivo e acertado o método, simplesmente começar. E assim se faz a maioria das coisas na vida. Às vezes, mudamos o método, mudamos quase tudo, mas o importante é chegar.
15km  - já tava mais perto
Quando nos escrevemos na prova, eu a P tínhamos mais que o objivo de terminar a prova, mas sim de retornar às atividade físicas, diminuir o peso, e de passar alguns dias mais tranquilos, aproveitando um pouco a viagem e o que Paris pode ofertar de boas atrações.

Digamos fomos bastante bem sucedidos. Retornamos, a P eliminou quase 10kg nos últimos 75 dias, e eu, consegui participar da festa, e cheguei.

A prova foi corrida sob uma temperatura fria, mas ainda bem que não choveu. Uma grande distância precisava ser feita do local da chegada do Metrô do Chateau de Vincennes, até o local onde se deixava os agasalhos e então para o local de partida. Como tava frio, a gente foi correndo deixar as coisas, para ir aquecendo. Acho que dava uns 2 km.

Pus uma coisa na cabeça, já que não treinei muito, ou quase nada. Preciso terminar. Então pensei nos batimentos. Teria que ficar dentro da zona 2. E assim fui indo. Estabeleci meu objetivo: correr a 1a. hora, depois a 2a e depois chegar. A primeira hora foi tranquilha, e a segunda também. Cheguei na 2a. hora em torno de 16km. Faltavam 5 km. Eu não contava com quase 3km de duas subidas fortes. Quase não chego ao cume. Na 2a, não teve jeito. Andei por pelo menos 1 km. Fizeram-me falta os exercícios para os glúteos. Aí esfriei um pouco e outras pequenas dores localizadas se mostraram. Um pouco na panturrilha, um pouco na coxa esquerda, um pouco nos tornozelos. Recomeçar a correr depois deste tempo andando foi a parte mais difícil, mesmo porque havia um vento, sobretudo quando à sombra soprava e gelava até os ossos do peão.
Medalha na mão e frio nas pernas

Os últimos 2 km foram muito lentos. Perdi o passo. Mas, cheguei: com 2h 44min. O tempo que fiz na primeira meia que participei foi 2h 04min. Mas, ao final posso dizer que: a) chegamos bem e sem contusões ao final da prova; b) estamos de volta ao circuito; c) P eliminou 10kg e quer eliminar mais 5kg para a próxima prova. haha. Próxima prova: meia maratona do Rio de Janeiro, em agosto de 2011. Amanhã tem mais. Muitas coisas gostaria de contar, mas fica para amanhã. Hoje estou um pouco cansado. À bientot.


Churrasquinho de gato, quentinho.