domingo, 9 de outubro de 2011

Aventura que é cada fase da vida

Subimos com uma hora de atraso no avião que fez o vôo de Campo Grande ao Rio de Janeiro. Vôo lotado, atrasado, mas, tudo bem. O avião mal decola, dois jovens, um rapaz e uma jovem lourinha, bonitinha, aparentemente acabavam de se conhecer ali mesmo. Estavam sentados do lado oposto ao meu no avião. Serviço de bordo vai, turbulência vem, dou um cochilo, e quando acordo tavam lá os dois naquele beijo.

Ri, e me ri mesmo, como quem diz, puxa vida, já passei, já passamos, dessa fase, mas como era bom. Nenhum compromisso a não ser descobrir, explorar. Houve tempos, quando trabalhava no BB, lá pelos meus 20 anos,  aparentemente a mesma idade destes dois amantes casuais, que meu maior problema era saber se rumava a moto pra Camocim ou pra Jeri. Quantas besteiras fiz naquela época, mas, quer saber?, tudo valeu a pena, como diria Pessoa, e fez com que eu me tornasse o que eu estava destinado a ser e que ainda vou me tornar nesta existência.

Hoje, continuo com uma vida de dar inveja a qualquer quadrúpede. Trabalho pra caramba, muitas e horas por dia, mas não posso me queixar, porque adoro o meu trabalho, a adrenalina, as vicissitudes, os desafios, as viagens, apesar da terrível saudade que sinto de casa, da mulher, dos filhos, da cachorrinha de casa. 

Vendo hoje a cena que vi, impossível não pensar que há poucos anos, era eu que estava ali, trocando uns beijinhos, dentro de um avião, ou dentro do ônibus Brasileiro vindo de Sobral (é o novo), ou à beira de uma fogueira naquela Jeri que já não existe mais há muitos anos. 

Pensei nisto, mas sem nenhuma saudade, nenhum desejo reprimido, ao contrário, assim como Neruda, confesso que vivi, aproveitei, se aproveitaram de mim (heheh), caí, levantei, me arranhei, mas fiquei de pé de novo.

Fiquei pensando foi nos meus filhos, que ainda são pequeninos, e que têm toda a vida pela frente. Fiquei meio com medo, de eles se machucarem, de sofrerem,  mas, quer saber?, eles vão ter que viver a vida deles, vão ter que ter suas próprias experiências. Não é assim que a vida é?


Sempre digo a eles, repito e repito: aproveitem o tempo, as oportunidades, estudem, leiam, aculturem-se, e vivam intensamente esta grande aventura que é a existência. Carpe Diem!

Hoje meus desejos e desafios são de outra ordem. Está tudo no seu canto, tudo no seu momento, tudo seguindo seu cronograma, os atrasos sendo recuperados nos finais de semana, mas daqui a pouco chegamos lá e a vida vai tomar seu curso normal. Quem sabe sobra um tempinho para retornar às corridas com a turma?

sábado, 14 de maio de 2011

MEIA MARATONA DE PARIS - LE GRAND FINALE

Esta é a última postagem neste blog. Na verdade do dia 20/03 até agora já se passaram quase 60 dias. E durante este tempo já estive em tantos lugares, encontrei tantas pessoas e tantas coisas aconteceram que às vezes penso que vivo mais de uma vida na mesma existência, como se isto fosse possível.

Para este grand finale, selecionei algumas fotos de nosso jantar de despedida em Paris na torre mais conhecida do mundo, onde meu amigo Betão conseguiu, com seu charme, elegância e com seu cartão de crédito, reservar para nós uma belíssima mesa para 20 naquele local de onde se podia ver toda a Paris. O jantar foi ótimo, apesar de bastante corrido, pois o restaurante tinha hora para fechar. Os meninos do clube poderão fazer aqui o relato do que se passou ali, na área dos comentários.

Já entabulando o novo assunto, então estou pensando que meu novo desafio de corrida, depois de passados os 10k da pague menos, no caso a 1/2 maratona internacional do Rio de Janeiro em agosto de 2011, será acompanhada de outra forma num outro blog que estou criando.

Este novo blog trará um relato dos inúmeros trajetos que faço ao longo do meu tempo, como se fosse um diário de bordo, relatando coisas interessantes, recheado com informações diversas, sobre treinos, etc.


Sou muito tímido(sic) para abordar pessoas, sobretudo pessoas públicas (celebridades normalmente eu desconheço), mesmo porque as pessoas têm o direito à sua privacidade. Lembro muito bem do dia que o Chico Buarque estava em Paris e vínhamos no mesmo vôo. Ao vê-lo fiquei pensando num autógrafo então em diálogo interno me perguntei: vou lá, não vou lá? Não fui. Principalmente porque não gosto de guardar papel, deixo claro. Mas pensei: vai que o cara tá cansado e tá de mau humor, etc. Batata. Um outro sujeito foi lá pedir um autógrafo e levou um senhor fora do animal. Bom, que ele se acha, como diz meu filho, isto é vero, mas ele é o Chico. Então, como gosto da música e da poesia dele, e de fato não ligo a mínima para o humor dele, nem quero namorar com ele, e como ele não paga as minhas contas, que o dito seja feliz, e bye bye Brasil...

Mas, dia destes encontrei em Brasilia o Nicolelis, simplesmente o maior cientista brasileiro vivo e provavelmente um dos poucos com reais chances de levar um Nobel de medicina por suas pesquisas no campo da neurociência. Queria tanto uma foto com aquele cara, mas fiquei intimidado de pedir para aparecer com ele num retrato (é o novo!).

Agora, com o novo blog, posso me justificar (myself) e racionalizar que para os meus leitores eu precisarei fazer um sacrifício de abordar, se eu tiver vontade, alguma pessoa que esteja no meu lado num vôo ou na sala de espera de um aeroporto.

Grande Circular de Paris - bye

Bom, então aqui estamos. Sobrevivendo, com poucos arranhões, recomeçando, pois precisamos nos reinventar a cada dia. E fica aqui, para aqueles que tem pouco fé, a mensagem de Paulo aos romanos:  "Para mim tenho por certo, que as aflições deste tempo presente, não se podem comparar com a glória.". 

Obrigado a todos por terem me seguido. Valeu a pena de escrever e ter esta experiência de estar inserido nestas novas mídias.

Ah, gostaria de perguntar a vocês: que nome vcs dariam ao novo blog. Postem as respostas aqui na área de comentário, ou me mande um mail. Esta resposta é importante para mim..Quem ganhar vai levar um beijo.
debaixo da torre. 


quarta-feira, 9 de março de 2011

AINDA NOS PAÍSES BAIXOS E RETORNO NO TGV

Imagem de N. Sra.
Antuérpia tem uma história interessante. Era um dos principais portos da Europa e ainda é até hoje, e existiam ali grandes e poderosos comerciantes que faziam a distribuição de toda sorte de especiarias que vinham das mais distantes colônias para toda a europa do norte e central. Com a vinda dos judeus para a cidade, a partir de políticas antisemitas que já existiam desde sempre, o trabalho com pedras preciosas passou a ser parte muito importante da economia, e até hoje Antuérpia é um local de comércio bastante forte neste setor, sendo responsável pela venda de 80% dos diamantes brutos comercializados no mundo. Mas o que achei de mais interessante aqui foi que no final do século XVI os espanhóis invadiram a cidade e forçaram o povo, majoritariamente protestante e calvinista a tornar-se católico. Assim, os reis de Espanha espalharam pela cidade diversos monumentos católicos e além disto, promoveram a implantação de uma culto à Nossa Senhora, pois para toda casa que permitisse que uma santa fosse esculpida à porta, aquela casa não teria que pagar pela iluminação. Então existem maravilhosas peças e a cidade é um lindo cartão postal medieval. Hoje ainda se mantém estes monumentos, mas o povo, predominantemente, hoje, não segue nenhuma religião.

Pesinha, a católica


TGV - THALYS
Pegamos um TGV de volta de Antuérpia, passando por Bruxelas para chegarmos em Paris. Muito legal o TGV. Há muitos anos que viajei num destes pela primeira vez, há mais de 20 anos, quando morei em Tolouse, e vinha para Paris, mas nunca deixo de ficar encantado com o conforto e com a rapidez que proporcionam. Enquanto isto, ainda discutimos se um trem rápido seria útil para fazer a viagem de RJ a SP e eu fico ainda espantado como podemos ser tão lenientes no Brasil, e claro, que também localmente, por passar tanto tempo para podermos terminar um bendito de um metrô em Fortaleza. Francamente.

Estação Central - Antuérpia



Aliás, a estação ferroviária de Antuérpia é linda. Como ela talvez somente a de Geneve. É uma fantástica obra arquitetônica, em ouro, aço, vidro e mármore, grande parte devido à exploração das colônias, como da Indonésia.

Amanhã tem mais. Nosso amigo Betão fez uma reserva para jantarmos no restaurante da torre Eiffel amanhã. Sexta-feira estaremos de volta à terra.

terça-feira, 8 de março de 2011

AGORA QUE PASSOU A MEIA MARATONA - QUE TAL UMA FOLGA?

"O turista acidental" é sem dúvida um título mais que apropriado para mim. É um filme antigo, com William Hurt. Não pelo tom sombrio do filme, mas porque realmente tenho pouco saco para sair por aí com uma máquina fotográfica a tirar foto de tudo quanto é de estátua, prédio, chafariz, pombo, etc. Minha adorada esposa é realmente uma santa por me aceitar do jeito que sou sem reclamar muito. É que sou rabugento para este negócio de ficar pra cima e pra baixo, e a bater foto, e a fazer pose para foto, e a incomodar os outros para fazer uma foto sua. É uma calamidade. Às vezes, faço, mas detesto. Ela compra aquilo que preciso: um imã para a geladeira para lembrar de cada cidade que vamos, a tais "lembracinhas" para a família, e de vez e quando ela compra algo para mim, apesar de eu reclamar que de nada preciso, mas ela termina sempre acertando. E ela faz milagre com o orçamento que tem. Ela sabe que gosto de ficar quieto, adoro um bistrot ou um café, de preferência daqueles que ficamos sentados na calçada, lendo um jornal, um livro, ou simplesmente aproveitando o calor do sol de final de inverno, tomando um café, um chocolate, ou o que seja, enfim...
25 de março de Paris

Mas, toda cidade que se preza tem uma 25 de março e em Paris esta fica em Pigale, ali pela região do Sacre Coeur. Tem tudo para sua sacola. Pingente, chaveiro, roupa, lembrancinha, tudo muito mais barato que nos pontos turisticos mais sofisticados. A mairoiria dos comerciantes da região é constituída por árabes, ou indianos ou paquistaneses.

Ontem, em Paris, vi uma cena que nunca havia visto antes. Um daqueles músicos que entram no metrô e tocam alguma coisa, e depois recolhem umas moedas, foi interceptado pela fiscalização da linha. Recebeu uma multa de 50 Eur. Era um romeno, vi pelo cartão de identidade que ele apresentou. Há um problema na Europa de emprego, existe uma tensão social sobretudo por conta da zona do Euro trazer muitos imigrantes do leste europeu para as grandes cidades. Não sei se não querem trabalhar, ou se simplesmente não têm o que fazer.

Bicicleta para todo lado
 Sobre o custo de turismo, Paris é de fato uma cidade muito cara, tanto quanto Londres. Gosto muito da Bélgica e da Holanda. Não é só questão de valor. Acho o povo dos países baixos mais educado e elegante, apesar de paris ser a cidade da moda. Por falar em valores, ontem, em Paris o valor onde gastamos menos foi 35 Eur por pessoa numa refeição. Hoje, aqui em Brugges, comemos melhor que em Paris (sic), e pela metade do preço que pagamos no local mais barato de Paris, sem falar dos hotéis, que custam bem menos. Ok, você que me lê e é pessoa abastada, ganha dinheiro à rodo e gasta muito em relação ao peão aqui, por favor, não me leve a mal. Não há nada de mal em desfrutar um momento de férias, comer uma boa refeição, tomar um bom vinho, fumar um cubano, tomar uma grapa, claro, tudo isto vale a pena e tem que ser aproveitado e também faço isto, sobretudo quando o Aécio paga por mim (o que ele nunca fez). Temos uma memória gustativa e olfativa muito mais sensível que imaginamos. Mas, de compras mesmo, em viagem, somente gosto de comprar algo de tecnologia, que seja realmente mais caro no Brasil e algo que eu realmente use e precise, não simplesmente porque é mais barato que no Brasil. Sou de comprar poucas coisas, pois preciso de pouco. Dou o que tenho de sobra, e assim nunca tenho muitas coisas sobrando e gosto de coisas simples. Distingo facilmente preço de valor: um bom lugar na ópera de Paris custa pelo menos 120 Euros, para você assistir algo que faz bem à alma, que é menos do que custava o show daquela maluca de voz alucinante chamada Amy Winehouse, que cospe arrogância e desgosto pela vida por onde vai.

Viemos a Brugges e amanhã preciso ir a Antuérpia ver algo relacionado aos negócios. De lá retornaremos a Paris. Em Brugges tem um museu do Chocalate. Dizem que o chocolate daqui é muito bom. (não achei muita diferença do chocolate de Gramado). Fui lá com a P, que é chocólatra. Como diz um amigo meu, aquilo é o maior H. (Agá de estória, de invencionice, kkk). O camarada te cobra 6 Eur para você dar uma volta numa casa para ver uns playmobil montados e umas fotos, uns bonequinhos de barro (que ele dizem ser azteca), e um pouco de história daqueles povos que usavam o cacao, misturada com uma receita barata sobre como fazer chocolate. Aí é que eu digo. Nós temos um patrimônio histórico fantástico e não sabemos cobrar para mostrar. Lembro daquelas igrejas maravilhosas do Pelourinho, em ouro, todas mal conservadas (pelo menos da última vez que fui ali estavam que era uma miséria). E outras cidades e locais como o centro histórico de S. Luiz, Ouro Preto, etc?

A cerveja belga é muito gostosa.  A Leffe Blonde eu recomendo, apesar do conhecedor de cerveja ser o Aécio. Pelo menos ele comprou uma geladeira só pra poder gelar cerveja. É aquela coisa: o hábito faz o monge. Aécio, não se preocupe, estou levando um imã de geladeira para você que tem um copo de cerveja belga como motivo.



cerveja e chocolate: especialidades belgas
 Aqui em Brugges existem 20 museus declarados no guia da cidade, entre eles, além deste do chocolate, tem o museu da batata frita, do diamante, etc. Vamos combinar: a cidade é muito bonita, suas primeiras fundações datam de do ano 1100dc, e não estou aqui menosprezando nada. Apenas acho que temos coisas de mais para mostrar e profissionalismo de menos no turismo. Se o cara consegue vender museu da batata frita, acho que no Brasil teriamos uns 50.000 museus para vender, fácil.

Mas com a copa do mundo e com os jogos olímpicos, espero que possamos trabalhar melhor esta questão do turismo.

domingo, 6 de março de 2011

FOI HOJE A MEIA MARATONA DE PARIS


Sempre é ótima a atmosfera do início das provas


Sempre penso que a melhor forma de se fazer algo, depois de estabelecido o objetivo e acertado o método, simplesmente começar. E assim se faz a maioria das coisas na vida. Às vezes, mudamos o método, mudamos quase tudo, mas o importante é chegar.
15km  - já tava mais perto
Quando nos escrevemos na prova, eu a P tínhamos mais que o objivo de terminar a prova, mas sim de retornar às atividade físicas, diminuir o peso, e de passar alguns dias mais tranquilos, aproveitando um pouco a viagem e o que Paris pode ofertar de boas atrações.

Digamos fomos bastante bem sucedidos. Retornamos, a P eliminou quase 10kg nos últimos 75 dias, e eu, consegui participar da festa, e cheguei.

A prova foi corrida sob uma temperatura fria, mas ainda bem que não choveu. Uma grande distância precisava ser feita do local da chegada do Metrô do Chateau de Vincennes, até o local onde se deixava os agasalhos e então para o local de partida. Como tava frio, a gente foi correndo deixar as coisas, para ir aquecendo. Acho que dava uns 2 km.

Pus uma coisa na cabeça, já que não treinei muito, ou quase nada. Preciso terminar. Então pensei nos batimentos. Teria que ficar dentro da zona 2. E assim fui indo. Estabeleci meu objetivo: correr a 1a. hora, depois a 2a e depois chegar. A primeira hora foi tranquilha, e a segunda também. Cheguei na 2a. hora em torno de 16km. Faltavam 5 km. Eu não contava com quase 3km de duas subidas fortes. Quase não chego ao cume. Na 2a, não teve jeito. Andei por pelo menos 1 km. Fizeram-me falta os exercícios para os glúteos. Aí esfriei um pouco e outras pequenas dores localizadas se mostraram. Um pouco na panturrilha, um pouco na coxa esquerda, um pouco nos tornozelos. Recomeçar a correr depois deste tempo andando foi a parte mais difícil, mesmo porque havia um vento, sobretudo quando à sombra soprava e gelava até os ossos do peão.
Medalha na mão e frio nas pernas

Os últimos 2 km foram muito lentos. Perdi o passo. Mas, cheguei: com 2h 44min. O tempo que fiz na primeira meia que participei foi 2h 04min. Mas, ao final posso dizer que: a) chegamos bem e sem contusões ao final da prova; b) estamos de volta ao circuito; c) P eliminou 10kg e quer eliminar mais 5kg para a próxima prova. haha. Próxima prova: meia maratona do Rio de Janeiro, em agosto de 2011. Amanhã tem mais. Muitas coisas gostaria de contar, mas fica para amanhã. Hoje estou um pouco cansado. À bientot.


Churrasquinho de gato, quentinho.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Faltam 7 dias para a Meia Maratona de Paris

Poucos treinos, longos períodos em viagem, noites parcialmente dormidas e passadas em aeroportos lotados e aguardando vôos atrasados, pequenas lesões na coxa e virilha, 2 crises de sinusite fortes, a última da qual ainda não me curei e que já toma 2 semanas... bom, se você está pensando que por causa destas coisas comezinhas, eu vou deixar de participar da corrida de Paris, mesmo que a previsão do tempo para o domingo próximo esteja antecipando uma cidade luz chuvosa com temperatura entre 4gc e -2gc, você está redondamente enganadinho. Vou correr, vou terminar a prova e vou estar bem ao final. Não estou preocupado se eventualmente eu andar um pouco, não será mal. Estou felicíssimo. Sobretudo será uma ótima coisa poder passear e tirar uma semaninha off com Adriana depois de nossa última viagem de lazer juntos que foi a que fizemos para Londres, para correr a Maratona de 2008. Aliás, a existência deste objetivo de correr a meia maratona foi muito importante para nós. Adriana e eu estávamos parados já havia algum tempo, e a existência do objetivo foi importante para que buscássemos entrar em forma.

Agora é só alegria. Farei uma última viagem antes da de Paris. Vou amanhã à Palmas, volto na 3a. e na 4a. finalmente... Paris... "J'ai deux amours: mon pays et Paris. Paris toujous mon coeurs est ravi"

Fica aqui a chansong de Madeleine Peyiroux.  Espero que apreciem.
http://www.youtube.com/watch?v=ciGz2zgR3nE

domingo, 9 de janeiro de 2011

Faltam 56 dias para a 1/2 de Paris - AS VIRTUDES E AS FESTAS

O natal e reveillon se foram como se não tivessem acontecido de verdade, tamanho era o foco e a adrenalina para o fechamento de contratos negociados no final do ano de 2010. Em termos de resultados, foi o melhor final de ano dos últimos 3 anos. As grandes dificuldades desde a crise de agosto de 2008 estão ficando para trás. Melhores dias virão em 2011.

Neste final de ano, apesar de ter treinado pouco, sinto-me satisfeito por não ter perdido o pique. Para quem há 2 meses estava 100% parado, poder correr 10km já me parece um bom resultado inicial. Tenho pouco menos de 2 meses para chegar a 21km. É tempo de sobra. Sinto algumas dores, nada grave. Dei um jeito nas costas este final de semana. Mas, tudo bem. Amanhã estarei  bem para treinar.

Vi ontem pela internet que duas pessoas morreram pisoteadas na tentativa de tocar uma imagem do Cristo negro numa procissão nas Filipinas. Atribuem à imagem inúmeros milagres. O papel da fé e das crenças na vida de cada povo e na vida de cada um de nós parece ser um atributo importante na riqueza e no desenvolvimento das nações.

Mais o povo é resignado, mais consciente de sua culpa e de seu sofrimento, mais católico tradicional parece ser. Os neopentecostais e seus cultos eletrônicos e pastores on line via satélite, pregadores do culto à prosperidade e a um Deus de abundância, correm por um outro viés. Obvio que estas sessões de auto-divina-ajuda, custam o seu preço: 10% de dizimo + ofertas + campanhas especiais. Mas, a igreja católica lentamente parece estar se conscientizando da perda de fiéis e traça algumas ofensivas para remodelar as estruturas, punir os maus padres, remodelar o sistema de recrutamento de novos curas, rever as questões ligadas ao celibato. É difícil.

As religiões têm suas complexidades. Se por um lado atribuem às religiões aspectos alienantes e de fuga da realidade, por outro lado estas são responsáveis pela perpetuação das grandes virtudes pregadas como a fé, caridade, esperança, prudência, justiça, temperança desempenhando um aspecto fundamental ajustamento social àqueles que não puderam aprender e praticar estas virtudes em casa e em sua vizinhança. As virtudes são todos os hábitos que levam o homem para o bem.

Meu amigo Herbert conta um conto interessante sobre isto. "O sujeito roubava, se prostituía, se drograva, jogava, e vivia alcoolizado. Entrou para a igreja universal e algum tempo depois reabilitou-se, arrumou um trabalho, deixou de beber, de fumar e de se drogar, passou a viver uma relação estável com a esposa, passou a cuidar da família. Com o tempo comprou um fusca e ia para o culto com sua família, onde lá ele era o regenerado, o salvo por Deus" Ele pergunta: "foi Deus quem salvou a vida do sujeito?" Não vou cair nesta cilada. Prefiro pensar que o dízimo é um preço justo para tal mudança. Já o meu sócio, quando ouve um conto como aquele costuma dizer: "o lugar de um animal deste é na cadeia, não na igreja". O sujeito é mais produtivo na igreja. Deixe ele lá e longa vida ao pastor, ou ao padre.

De qualquer forma, seja através da fé e da celebração da festa do nascimento de Cristo, ou do reavivamento ou renovação anual das grandes virtudes através da troca de presentes ou de votos de boa passagem de ano, desejo ao meus amigos e leitores, que cada um na sua, tenha um excelente 2011.